14 junho 2007

Ai a ética...


A existência ou não de ética (o que quer que isso seja) não se aplica - ponto final


A polémica que estalou com o filme de Eric Steel, documentário que usa imagens reais de suicídios na ponte Golden Gate de São Francisco, insere-se num movimento estranho, ainda não devidamente estudado, de interesses morais no mínimo obscuros. Ao observar-se um dos muitos filmes de violência extrema que passam nas televisões de todo o mundo a qualquer hora, não se questiona sequer o conteúdo, mas quando se faz a ressalva que estamos a ver imagens reais o caso muda de figura. Temos dificuldade em lidar com a realidade da nossa própria mortalidade daí o incómodo que estes filmes geram.

De qualquer forma se não fosse Eric Steel a fazê-lo alguém o faria. Partindo deste ponto de vista se tiverem alguma ideia verdadeiramente macabra é melhor que a ponham em prática com a rapidez que considerarem razoável sob pena de serem ultrapassados e não poderem beneficiar de todas as vantagens que daí advêm (fama e glória se a ideia for verdadeiramente boa...).

Tal qual as imagens do world press photo o que se pretende é que haja um impacto no espectador, porque o risco real que nos tornemos verdadeiramente insensíveis a este tipo de imagens é uma verdadeira ameaça a quem conta com a sensibilidade e a curiosidade mórbida de quem com um clic no comando da tv comanda as audiências. As clássicas imagens de tragédias às 8h da noite deixariam de ter impacto, logo audiência, logo lucro...


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